O Senhor Medina Castro era um rapaz muito fino e estimado na alta sociedade burguesa e
aristocrática, onde frequentemente o requeriam para festas. A sua especialidade era o baile, pois ali as suas qualidades de simpatia e finura tinham ocasião de modo a brilhar. Todos lhe queriam bem, principalmente as raparigas, que sobremaneira o apreciavam e dele falavam com alegria. Só que a uma certa altura houve uma complicação. Foi o caso de um baile em casa de um homem de negócios, frequentado pela melhor sociedade, o Senhor Medina Castro, aprumado e correcto como sempre, convidou para dançar a Senhora Maria da Paz, ingénua menina, filha de gente fidalga. E travou com ela o seguinte diálogo:
Ó Maria da Paz, você quer ir comigo para a cama?
Surpreendidíssima, a Senhora Maria da Paz fez-se muito vermelha, deu-lhe um estalo, que ecoou e fugiu para junto dos seus. Enquanto era rodeada de amigos e amigas e parentes, a quem não quis explicar a causa do seu nervosismo, outras pessoas dirigiram-se ao Senhor Medina Castro, perguntando-lhe o que acontecera. Ele, muito digno, respondia não ter percebido a razão de tal atitude e mostrava-se desgostoso. A atitude de ambos e a consideração pelo excelente rapaz fizeram que todos pedissem aos dois que voltassem a dançar. Ela acedeu, com certo acanhamento e quando dançavam, perguntou ao Senhor Medina Castro:
-Mas que me disse você, ainda agora?
E responde o Senhor Medina Castro:
-Perguntei-lhe se queria ir para a cama comigo.
Comenta ela:
Que atrevido que você é! Muitos estalos deve você ter levado!
Nisto retorquiu o Senhor Medina Castro:
Bem, nem por isso. Mas em compensação, tenho dado quecas tão boas…
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