No descampado do Alentejo, um homem, suado da caminhada, com as goelas
secas do pó e do calor, chega a uma porta no cimo de um monte. Bate e
aparece-lhe uma velhinha com ramelas nos olhos, baba nos cantos da boca,
as mãos tão sujas como a cara. O homem pede um copo de água. A mulher
traz-lhe o copo com a água, que mostra não ter sido lavado a muito tempo.
O homem ainda hesitou, mas a sede venceu o nojo e o homem pensando que
junto da pega ninguém iria pôr os lábios, juntou a boca junto da pega do
copo e bebeu regaladamente, nisto diz a velhinha:
-Tem graça, o senhor tem a mesma mania que eu! É por aí que bebo sempre.
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